
Viajar sozinha e fazer amizades pode ser desafiador para muitas pessoas, especialmente quando estamos em um país desconhecido e longe de nossa zona de conforto. A sensação de liberdade e autonomia de criar o próprio roteiro é maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, é normal se perguntar: será que vou me sentir sozinha durante a viagem?
A boa notícia é que, ao contrário do que muitos pensam, viajar sozinha não significa ficar isolada. Pelo contrário, essa é uma das melhores oportunidades para conhecer pessoas incríveis e criar conexões reais com indivíduos de todo o mundo.
Neste post, o Passaporte Rosa vai te mostrar como é possível e gratificante fazer amizades enquanto viaja sozinha, com leveza e muita troca verdadeira.
Veja neste post…
Por que fazer amizades viajando sozinha é tão especial?
Quando estamos longe de casa, tudo se intensifica: os cheiros, os sabores, as paisagens… e também as conexões humanas. Fazer amizade em uma viagem é algo que vai além do acaso — é uma troca que muitas vezes se transforma em parceria para a vida.
Essas pessoas que cruzam nosso caminho podem virar companhias de um almoço, uma caminhada, uma aventura… ou até da próxima viagem! E mesmo que o tempo juntas seja breve, as memórias ficam para sempre.
6 Dicas para viajar sozinha e fazer amizades pelo mundo
1. Escolha hospedagens que facilitam conexões
Hostels, pousadas, guesthouses e até Airbnbs compartilhados são ótimos para conhecer gente nova — especialmente se você estiver viajando sozinha.

Esses lugares costumam ter áreas comuns que incentivam a socialização, como cozinhas coletivas, salas de convivência ou rooftops. Muitas hospedagens também promovem eventos, jantares em grupo, noites de jogos ou passeios pela cidade. Aproveite essas oportunidades ao máximo!
E aqui vai um conselho importante: deixe a timidez de lado. Não tenha medo de puxar assunto com a pessoa do lado no café da manhã, com o grupo que está jogando Uno ou com aquela viajante que também está ali sozinha lendo um livro.
Claro, tudo com cautela e bom senso — observe o ambiente, perceba com quem está falando e não entregue logo de cara que está sozinha, especialmente em um lugar desconhecido.
Tenha sabedoria, mas também coragem. Saber aproveitar o momento é essencial. Uma conversa casual pode se transformar em uma companhia para um passeio… ou até numa amizade que você levará para sempre na mala da vida.
2. Participe de tours e experiências em grupo
City tours, trilhas, passeios culturais, aulas de culinária, experiências locais… todas essas atividades têm algo em comum: aproximam pessoas com interesses parecidos, o que é um ótimo ponto de partida para boas conversas e novas amizades.
Durante uma viagem no Brasil, por exemplo, entre um tour e outro, tive uma experiência inesquecível. Em um desses passeios, conheci um grupo de meninas britânicas que também estavam explorando o país.

Começamos a conversar de forma leve e descontraída, e a tarde que passamos juntas foi simplesmente incrível. Rimos muito, trocamos histórias de viagem, curtimos cada momento… foi como se já nos conhecêssemos há muito tempo.
Esses encontros inesperados são a alma da viagem solo. Você só precisa se permitir. Chegue com um sorriso, puxe um papo, elogie o chapéu de alguém ou pergunte de onde a pessoa é — você pode acabar descobrindo mais do que imaginava.
Ah, e vale lembrar: muita gente nesses passeios também está viajando sozinha e torcendo para encontrar alguém para dividir um café ou uma boa conversa. Seja essa pessoa. A conexão pode começar com uma simples pergunta, mas o impacto pode durar para sempre.
3. Use a tecnologia a seu favor
Apps como Couchsurfing, Meetup, Bumble BFF e grupos de Facebook para viajantes são excelentes para encontrar eventos, bate-papos e novas amizades por perto. Esses recursos podem ser ótimos aliados para quem quer viajar sozinha e fazer amizades, facilitando a conexão com pessoas locais e outros viajantes.
4. Aprenda o básico do idioma e da cultura local
Se você quer conhecer pessoas viajando, saber dizer “olá”, “por favor” e “obrigada” já abre portas — e abre sorrisos também. Mostrar que você se esforça para falar algumas palavrinhas no idioma do país que está visitando demonstra respeito e interesse, e isso faz toda a diferença.
Mais do que educação, é uma forma gentil de se conectar. As pessoas percebem quando você tenta, mesmo que com um sotaque diferente ou uma pronúncia incerta — e geralmente, valorizam muito isso.
Além disso, ler um pouco sobre a cultura local antes de chegar no destino pode ajudar (e muito!) na hora de puxar assunto com alguém, principalmente se essa pessoa for do próprio país. Saber o nome de um prato típico, comentar sobre uma tradição ou uma curiosidade cultural pode quebrar o gelo de forma natural e gerar conversas ricas.
Você não precisa ser fluente — basta mostrar que está aberta ao novo. Essa abertura, combinada com pequenas atitudes, aproxima corações, e pode ser o início de uma amizade bonita em qualquer canto do mundo.
5. Seja aberta, mas respeite seus limites e dos outros
Quando estamos viajando sozinhas, é natural querer fazer conexões e criar laços. Mas é importante lembrar: nem todo mundo vai virar seu melhor amigo — e tudo bem. O mais importante é seguir sua intuição, se aproximar de quem te transmite boas energias e respeitar seus próprios limites.
E aqui vai um lembrete valioso: nem todo povo é como o brasileiro — caloroso, sorridente e acolhedor logo de cara.
Algumas culturas são mais reservadas, como a britânica, por exemplo. Eles costumam ser educados e gentis, mas geralmente não gostam de abraços, toques ou conversas muito pessoais logo no início. Isso não significa frieza ou grosseria, apenas uma forma diferente de se relacionar.
Ter essa consciência cultural ajuda a evitar frustrações e a cultivar mais empatia. Se você se mantiver com a mente aberta e o coração leve, vai perceber que, mesmo com estilos diferentes, é possível criar conexões verdadeiras e respeitosas.
Viajar sozinha é também aprender sobre o outro — e sobre si mesma. Entender os seus limites, e os do outro, é parte essencial dessa jornada.
6. Leve um baralho, livro ou jogo leve

Pode parecer simples, mas esses itens são verdadeiros aliados na hora de quebrar o gelo, principalmente em áreas comuns de hostels, parques ou até salas de espera em passeios. Um baralho, um livrinho leve ou até um jogo de perguntas pode render boas conversas e risadas. Às vezes, tudo começa com um “você quer jogar?”.
E aqui vai uma dica pessoal que sempre funciona comigo: eu sempre levo comigo algumas coisinhas típicas do Brasil, como paçoca, bananada ou um chocolatinho. Além de serem uma delícia, esses mimos viram ótimos iniciadores de conversa.
Oferecer um doce brasileiro é uma forma carinhosa de apresentar um pedacinho do nosso país e abrir espaço para histórias, curiosidades e, claro, novas amizades.
Pequenos gestos geram grandes conexões. Às vezes, um simples doce ou jogo pode ser o pontapé inicial para uma amizade que você vai lembrar para sempre.
Minha experiência: ressignificando a solidão e criando conexões na Irlanda
A vida na Irlanda para quem é imigrante pode ser muito intensa. Você trabalha muitas horas para pagar as contas, enfrenta cansaço físico e mental, e ainda precisa dar conta dos estudos. No meio disso tudo, é comum conviver com colegas de quarto ou de acomodação, mas a verdade é que essas pessoas — por mais próximas que estejam fisicamente — muitas vezes não fazem parte da sua vida de verdade. Todo mundo está no mesmo ritmo, correndo atrás de um lugar ao sol.
Por causa disso, me senti muito sozinha em vários momentos. Às vezes chegava do trabalho e não tinha ninguém no quarto, ninguém pra conversar, dividir uma refeição ou simplesmente desabafar
Foi aí que percebi que precisava agir. Se eu quisesse tornar meu intercâmbio mais leve e significativo, teria que buscar conexões por conta própria.

A primeira coisa que fiz foi me juntar a grupos de WhatsApp de mulheres brasileiras na Irlanda. Sempre que dava vontade de sair, eu perguntava no grupo: “Alguém quer fazer algo hoje?” E quase sempre tinha companhia.
Mas o verdadeiro divisor de águas na minha vida foi o aplicativo Meetup. Através dele, participei de encontros e eventos que me permitiram fazer amizades com mulheres incríveis de vários países: irlandesas, alemãs, espanholas e até uma chinesa super simpática.
Criamos quase que uma rotina de encontros semanais. Saíamos para comer pizza, dançar nos pubs, fazíamos passeios, almoços… momentos simples, mas cheios de significado.
Aquela rede de apoio feminina foi essencial para que eu não só me sentisse mais conectada, mas também para que eu praticasse meu inglês de forma leve e natural, no dia a dia.
Essas amizades marcaram meu intercâmbio profundamente. Foram elas que me ajudaram a transformar a saudade em força, a rotina pesada em dias felizes.
“No fim das contas, tudo começou com coragem e vontade de ressignificar o momento que eu estava vivendo.”
Em um intercâmbio, a timidez não pode ser mais forte que a vontade de viver. O tempo passa voando, e quando você menos espera, sua temporada naquele país já acabou.
Viajar sozinha e fazer amizades: ações que funcionaram para mim 👇🏼
1. Participar de grupos de WhatsApp voltados para mulheres — foi um jeito rápido e seguro de encontrar companhia, mesmo em dias em que eu estava cansada ou desanimada.
2. Usar o app Meetup com frequência — além de eventos diversos, ele me ajudou a praticar o inglês com nativas e estrangeiras.
3. Tomar a iniciativa sem medo de levar um “não” — perguntar quem queria sair, puxar assunto, convidar para um café… tudo isso abriu muitas portas.
Mulheres viajantes, segurança vem primeiro, sempre!
Fazer amizades é incrível, mas manter-se segura é essencial. Aqui vão algumas dicas importantes:
- Avise alguém de confiança sobre encontros com novas pessoas.
- Evite compartilhar informações pessoais logo de cara (como onde está hospedada).
- Prefira encontros em lugares públicos e movimentados.
- Confie no seu instinto. Se algo parecer estranho, não force.
Amizades boas não trazem dúvidas, trazem leveza.
Conclusão: Viajar sozinha não é estar sozinha
Se tem uma coisa que aprendi ao longo das minhas viagens é que o mundo está cheio de gente boa. E quando a gente se abre — com cuidado e autenticidade — o universo retribui com encontros inesquecíveis.
Viajar sozinha é, sim, um ato de coragem. Mas também é um convite à conexão: com a gente mesma e com o outro.
Então, quando estiver com a mochila nas costas e o coração cheio de expectativas, lembre-se: a próxima amizade pode estar no assento ao lado, no café da manhã do hostel ou naquela caminhada despretensiosa.
E aí, pronta para fazer novas amizades pelo mundo? 🌍
Cada centavo economizado é mais um destino no mapa! Descubra como planejar bem e viajar mais!
O Passaporte Rosa te deseja novas histórias com novas amizades.
Escrito por Mari Andrade